segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Texto utilizando exclusivamente palavras escritas com a letra A


NATAL

Antigamente, as pessoas passavam a véspera da quadra festiva rodeadas pela família. As crianças esperavam impacientes as prendas desejadas. Tinham deixado uma meia na chaminé, esperando encontrar alguma coisa boa, na manhã da festa.
Agora já não acredito no Pai Natal. Habitualmente, as coisas são escolhidas antes, ficando a saber qual a oferta a receber antes da altura da abertura das prendas.
A minha família não parece grande, mas toda junta não cabe na mesa gigante da sala.
Costumamos jantar bacalhau, galinha assada acompanhada das batatas também assadas. As sobremesas são ótimas, mas a minha preferida chama-se “areias movediças”.
Costumamos usar roupas vermelhas, bonitas, brilhantes, acompanhadas das nossas boas e verdadeiras gargalhadas.
Nesta época seria uma coisa boa, todas as crianças ganharem uma prenda!     

A todas as pessoas umas Boas FESTAS!                        

Clara Pereira 


sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Texto sem a utilização da letra A


O OUTONO

O outono, por vezes, é frio, chuvoso e o vento é forte. Contudo, em certos momentos, surge morno e cheio de Sol. Os tons dos bosques podem ser cor de ocre, verde-escuro ou vermelho. No outono, o Sol esconde-se muito cedo e tudo escurece. Por isso digo que o outono pode ser triste e cinzento, com o céu a encher-se de nuvens.
No outono podemos comer frutos deliciosos como diospiros, nozes e pinhões, que nos fornecem elementos ricos e cheios de nutrientes.
Gosto deste tempo, porque depois vem o mês de dezembro e os presentes de todos, porque me visto com vestes quentes e com muito conforto.
Os pinheiros que eu vejo de dentro do meu prédio, enchem os meus olhos do verde que os reveste e no lume do interior, vejo o brilho do fogo cor de ouro, que enche o meu ninho.
Em redor de mim, tudo é seco e lento, como se o tempo fingisse o seu fim. Novembro, porém, é só fingido, pois eu bem sei que ele quer que tudo recomece, pelo bosque, florecendo de novo...

Gosto de ti, outono!


Clara Pereira

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Texto a partir de sensações


NO ACAMPAMENTO


Meros troncos de árvore sem vida pousados na terra húmida, acabavam de ganhar vida, formando uma chama encarnada chamativa.
Nas tendas, o calor do fogo aquecia o corpo das crianças inocentes, mas essa paz falsa ficaria por pouco tempo.
Rajadas de vento passavam, mas nenhuma era suficientemente forte para apagar a pequena chama de fogo, que germinava nos troncos de árvore velhos.
Era uma pequena chama de luz. Mínima. Mas suficiente para já se sentir o cheiro da madeira queimada.
Continuava de noite, no acampamento.
Pouco a pouco, os sonhos transformaram-se em pesadelos acordados. Num abrir e fechar de olhos, todos corriam de um lado para o outro, em pânico, hesitantes entre salvar-se ou salvar o que restava.
Ouvia-se o medo das crianças que, aos gritos, cortavam o silêncio da noite. Para as crianças, já não estava reservada a doçura das gomas nem dos rebuçados, pois o destino trouxera um travo de amargura para aquelas férias, que poderiam ter sido inesquecíveis...


Violeta Sena Penedo

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Texto a partir de uma sequência comum

Julgo que herdei ....




       Julgo que herdei da minha avó a vontade de acordar cedo, para assistir ao nascer do sol. Faço-o esteja onde estiver, em qualquer parte do mundo , a qualquer hora e em qualquer estação do ano em que nos encontremos.
       Geralmente estou em casa e, todos os fins de semana, acordo por volta das seis da manhã, para assistir ao início de mais um dia, a partir da janela do quarto dos meus pais, que é onde se tem a melhor perspetiva.
       A minha avó acorda sempre a essa hora e foi ela que me ensinou  que, quando nasce o sol, começa também mais um dia e, por isso, todos devíamos estar acordados para admirá-lo, pois cada manhã é uma dádiva. Se olharmos o sol, pela manhã, percebemos que ele não é só a nossa fonte de luz e calor, que não precisamos só dele para viver, mas que também ele é responsável por acordarmos felizes e andarmos todos os dias bem dispostos.
       Enquanto viver, vou apreciar cada novo dia e, ao contemplar o nascer do sol, recordarei sempre a minha avó.

       Mariana Neves




      Julgo que herdei do meu quadro a razão de viver, pois entendo, como mais ninguém, alguns dos seus contrastes e relaciono-os com a minha vida, com o meu dia-a-dia.
     Aquele quadro de cores fascinantes, de traço perfeito, leva qualquer pessoa a pensar em tudo o que fez, no que podia ter feito, naquilo que ainda faz ou poderá fazer. Os contrastes são perfeitos, pois as cores tristes e as cores alegres são tal e qual como a vida e contam-nos a história que queremos ler naquele momento.  
       Quando estou triste, foco-me nas suas cores mais cinzentas, nos traços mais indefinidos. Quando estou feliz, identifico-me com as formas mais coloridas e leves. 
      A imagem do quadro do meu quarto nada tem a ver com o mundo humano. É uma paisagem diferente, mas ao mesmo tempo atraente, pois tira-me do meu cantinho, e leva-me a imaginar para além daquilo permitido a uma simples mente humana. Herdei dele a viagem e o sonho, o contraste e a vontade de ser... Real!

        João Barreira




      Julgo que herdei da minha cama o gosto de sonhar. Faço-o todos os dias, por vezes sozinho, por vezes acompanhado, até porque sonhar é uma arte e quem não gosta de um bom pintor? Também há sempre quem goste de um bom sonhador.
    Por vezes penso que, se a pessoas não lutassem pelos seus sonhos e se não tentassem concretizá-los, até poderíamos ter um mundo melhor, mas a culpa não é dos sonhos, mas de alguns sonhadores.
     Seja como for, é importante que haja sonhadores, porque sem eles não há sonhos e sem sonhos é impossível sonhar!
       Enquanto houver tempo no meu tempo, vou sonhar! Acordado e a dormir, no meu quarto ou em qualquer lugar!

      Ricardo Costa

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Textos sobre a mentira e sobre a verdade



O CAMINHO NAS “TEMPESTADES” DA VIDA


A vida é feita de verdades e de mentiras. As verdades podem magoar-nos, mas também alegrar-nos. Já as mentiras, só nos podem trazer dor camuflada de felicidade.
Mais vale uma verdade dura na nossa vida, pois assim encaramos o nosso destino tal como ele é. É verdade que nós podemos escolher o rumo que a vida leva; mas, às vezes, uma “tempestade” pode ferir o “casco do barco da vida”. Nesse momento, devemos enfrentar as tempestades (os problemas da vida) que surgem durante a nossa viagem , tal e qual como eles são. Não podemos contornar a tempestade e dizer que ela nunca aconteceu, mas também não podemos “deixar o barco naufragar”.
 Certamente, durante a nossa vida, vamos magoar-nos muito, mas, se nos deixarmos iludir por mentiras, só vamos acabar por magoarmo-nos ainda mais.
Na minha opinião, mais vale uma verdade que nos cause dor, do que uma mentira que nos iluda e nos faça ainda mais feridas.

Afonso Arsénio




VERDADES DUVIDOSAS

Quem é que não prefere um final feliz?
Uma vida cheia de alegria e nunca de solidão e tristeza?!
Muitos de nós desejam ter uma casa de sonho com piscina, um jardim enorme e criados para fazerem todo o nosso trabalho.
Na maior parte das vezes, as pessoas preferem iludir-se, fingir que têm certas coisas que não têm e serem pessoas que não são. A isso chamamos “falsas verdades”.
Na minha opinião, devemos aceitar primeiro quem somos e o que temos e só depois tentar alcançar aquilo que desejamos. Sonhar é bom e não tem preço, mas não devemos sonhar demasiado alto, porque quanto mais alto se sobe, maior é a queda.
Por um lado, acho que não faz mal sonhar com coisas grandes, mas também acho que não podemos ter tudo e é por isso que as pessoas preferem inventar mentiras, em vez de aceitarem o que têm e o que são.

Na minha opinião, se estamos descontentes com a vida que temos e não nos sentimos realizados, devemos fazer alguma coisa para mudá-la, enfrentado a realidade!


Beatriz Abrantes 



segunda-feira, 23 de maio de 2016

Poemas a partir de uma forma imperativa




PENSA!

Pensa alto, pensa baixo,
Pensa a torto e a direito,
Pensa num belo riacho,
Pensa em tudo com respeito!

Pensa na sua origem,
Pensa na tua paixão,
Pensa naquele sentimento,
Que te chegou ao coração...



Francisco Alves  
João Barreira 





ACORDA!


Acorda cedo, acorda tarde
Acorda só ou acompanhado
Acorda até mal-humorado!

Acorda de manhã, acorda de tarde
Acorda, nem que seja por milagre
Acorda antes que a corda se estrague!

Acorda a madrugada, acorda a tarde
Acorda por ti, acorda por mim
Mas, acorda para a vida antes que ela chegue ao fim!...

Joana Santana
Miguel Henrique



RESOLVE!

Resolve os teus problemas
Resolve a equação da vida
Que só tem uma saída!

Resolve o teu destino
Seguindo o teu caminho

Resolve os teus mil problemas
Como se não fossem dilemas

Resolve-te!
César Lopes e Gonçalo Dores




CANTA!

Canta, se quiseres!
Canta, se puderes!
Canta como souberes!
Canta para te divertires!

Canta se te apetecer
Até a noite aparecer
Mas não te esqueças de o fazer,
Pois quem canta, seus males espanta!

Beatriz Abrantes e Sofia Loureiro







CONSTRÓI!

Constrói uma casa,
Constrói um jardim,
Constrói uma asa
E voa para junto de mim.

Constrói um abrigo,
Constrói um muro,
Procura um amigo,
Constrói o teu mundo.

Constrói a felicidade,
Constrói a tristeza,
Nesta nossa amizade
Há eterna beleza!

Constrói o futuro,
Constrói o presente,
Não vivas no escuro,
Vive sempre de alma contente!


Beatriz Rei e Bruna Fernandes

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Texto sobre o amor




SERÁ O AMOR PERIGOSO?

Será o amor perigoso?
Não, eu penso que não mas, por vezes, as coisas até podem aparentemente estar a correr bem e tudo parecer estar num bom caminho, quando, de repente, acontece alguma coisa ridícula e estraga tudo. Temos de acreditar que, quando menos esperarmos, aparecerá sempre alguém, uma pessoa com quem nos sintamos bem, e com quem gostemos de estar e de ser novamente felizes.
          O amor não se torna perigoso por poder haver sofrimento, choro e dor. Quando as coisas não correm bem, não podemos desistir, temos de continuar a procurar.
       Eu não tenho qualquer dúvida de que vale a pena estarmos perto de quem gostamos e de quem nos faz sentir bem, mesmo que haja dificuldades.
  O Amor é o responsável pelos melhores momentos das nossas vidas e é por isso que, até aqueles que estão sozinhos, desejam poder ter alguém com quem ficar.

Francisco Alves


QUANDO NOS APAIXONAMOS


O amor é algo que o ser humano mais cedo ou mais tarde acaba sempre por sentir, quer seja pelo homem ou pela mulher.
Por mais que queiramos, nunca conseguimos escolher a pessoa por quem nos apaixonamos, porque o amor é que nos escolhe, de forma única e natural e só assim faz sentido.
Hoje em dia já se aceita a relação entre dois homens ou duas mulheres, o que eu acho bem, porque (como já tinha escrito anteriormente), o amor não se deixa escolher, mas sim sentir-se, viver-se.
Na minha opinião, o amor pode ser ou não ser perigoso, depende da intenção dos namorados e do quão apaixonados estão um pelo outro. Para se viver um amor, tem de se ser fiel a ele e também tem de se aprender a confiar.

No amor, todos os sonhos são permitidos e desde que sejamos felizes, estamos no bom caminho.       

Arlindo Calado


sexta-feira, 6 de maio de 2016

Texto sobre as férias



UMA GRANDE LIÇÃO DE VIDA


Tudo aconteceu na Ilha do Sal, em Cabo Verde, quando decidimos fazer uma visita guiada à ilha e quisemos passar por locais, onde pudéssemos ver a vida dos cabo-verdianos.
Um dos melhores exemplos disso, foi num bairro da lata, à saída da cidade capital da Ilha do Sal (Espargos), onde, há quinze anos, tinha sido construído um  bairro da lata para crianças carenciadas.
Quando chegámos ao centro de apoio, toda a família contribuiu com dinheiro, alimentos e roupa. Depois de ajudarmos, entrámos na sala onde se encontravam as crianças mais necessitadas. Fiquei emocionada ao vê-las, pois nenhuma delas tinha o que todas as crianças deveriam ter na sua vida. No entanto, por mais estranho que possa parecer, é que, mesmo com tão pouco, aquelas crianças pareciam estar felizes.
Naquele momento, só pensei em dar-lhes algum carinho e, se pudesse levar para minha casa todas aquelas crianças, certamente lhes daria tudo o que os seus pais nunca lhes conseguiram dar e que eu sempre tive.
Senti que, por alguns minutos, consegui alegrar o dia daquelas crianças. Senti muito afeto por todas, mas em especial  por uma menina que também se chamava Mariana. Foi por ela que prometi a mim mesma que nunca iria desperdiçar comida, nem pedir aos meus pais coisas que não necessito, pois para mim esta foi a maior lição de vida que alguma vez me poderiam dar!

Eu podia não ter tudo. Eu podia não ter nada. Como eles...

Mariana Neves

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Soneto coletivo




SONETO 



Era uma tarde quente de inverno
Os meus sentimentos à flor da pele
O meu coração doce como o mel
Sonhava com o teu amor eterno


Escrevi um poema no caderno 
Mas acabei por rasgar o papel
Decidi então comprar-te o anel
Como sinal do meu amor tão terno


E sozinho, sempre a caminhar
De anel embrulhado na minha mão 
Contigo, ansioso, fui falar


Com um simples e insensível "Não!"
Sem pensares em querer hesitar
Destruíste assim meu frágil coração! 


quarta-feira, 20 de abril de 2016

Texto a partir de uma sensação auditiva



SOM DA CHUVA



Cada vez que ouço o som suave da chuva, com as suas primeiras gotas a cair no telhado ou no vidro da minha janela, entro em euforia.
Adormecer com esta “música” natural para os ouvidos, deitar no sofá enrolado nas mantas, ver televisão, beber um chá, torna-se um momento único, espetacular. Tocar na ponta do nariz e senti-lo gelado, proteger as orelhas, lembrar da nossa comida preferida, é entrar num estado de profunda ligação entre a mente e a alma.
Alguém já beijou a chuva?
Talvez essa sensação seja uma das mais românticas fantasias...
 Eu já o fiz, porém o que tornou esse momento tão especial não foi a chuva, mas sim o que estava a sentir naquele momento.
E quem já saiu de casa quando está a cair uma chuva “molha parvos”, que nos vai molhando pouco a pouco e nos faz pisar pequenas poças?  Gosto de esperar um pouco até abrir o meu chapéu-de-chuva e tento esconder a vontade que tenho de dançar e cantar no meio da rua.
Geralmente quando chove temos a mania de olhar para baixo e para a frente, para nos protegermos dos pingos, mas... Será que já experimentaram olhar para cima? É incrível! Não há nada mais belo, depois de uma tempestade, que o arco-íris desenhado no céu e aquele sol tímido que nasce por detrás das nuvens. Depois da chuva passar, as flores, o verde, as folhas brilham, os rios criam vida, o mundo desperta do seu sono.
A chuva é o poema da natureza, e tem um início, meio e fim. Vem de supresa, com as nuvens que são os versos anunciadores da tempestade. Aos poucos, tudo escurece, o céu ganha voz e nós, pobres mortais sobre esta terra, assustamo-nos ou dançamos com a sua queda.



Rodrigo Ruivo



terça-feira, 19 de abril de 2016

Texto sobre um sentimento





O MEDO



  
Todas as pessoas têm medo da morte, da tortura, do inferno...
O medo é um sentimento de insegurança, de desespero por algo comum ou incomum ao ser humano e pode ser fruto da imaginação da cabeça das pessoas, tornando-se um bloqueio no alcance dos sonhos, mas também pode transformar-se na motivação para fazermos aquilo que tememos.
Muitos de nós tentam ultrapassar o medo, escondendo-o, ignorando-o ou “mantando-o”. Também existem muitas pessoas que fingem (ou que acham) que não têm medo de nada, mas todos nós temos medos, pois somos rodeados por essa força invisível. Nós temos receio de transmitir insegurança, porque não queremos ser julgados ou porque temos vergonha de pedir ajuda a outra pessoa, e assim, muitas pessoas tentam ultrapassar essa insegurança escrevendo poemas, pintando quadros, contando histórias, etc…
O medo é algo psicológico; o medo é uma metáfora; o medo é uma desculpa para não fazermos aquilo que receamos ou que achamos que irá prejudicar-nos de alguma forma. Podemos dizer que é por medo que não fazemos algo de que simplesmente não gostamos.
O medo é tão forte que pode matar pessoas (não fisicamente, mas psicologicamente!). O medo sufoca a mente do ser humano, bloqueando assim a nossa capacidade de criar, de construir, de fazer algo.
Nós não devíamos ter medo, porque no fundo, somos todos feitos de demónios e anjos. Dizemos que não conseguimos viver com medo, que não o conhecemos, que não o sentimos, mas ele está em todo o lado, ao andarmos na rua, ao abrimos uma porta… porque nós nunca sabemos o que irá acontecer no instante seguinte.  Nunca sabemos o que está do outro lado da “porta” da vida.

Daniel Louro e Sofia Loureiro


quinta-feira, 14 de abril de 2016

Textos poéticos

MEMÓRIAS DE ANO VELHO

Era de noite, chovia
E eu pouco dormia
Estava cansado, ansioso
Vinha aí o ano novo

As memórias de um passado que vivi
Acordam-me  e fico a lembrar
Posso recordar, esquecer o que senti
Mas nunca nada vou poder alterar!

Aceito então e vou dormir
Lá fora estão todos a festejar
A chuva continua a cair
E eu deixo o novo ano começar...

César Lopes








OS DIAS PASSAM

Os dias passam
Os meses passam
Os anos passam
E nunca paramos!

Muitos querem a diferença
Mas não tomam atitudes diferentes!
Outros querem a crença
De viver sempre contentes...

No meio do nada
No meio de tudo
A vida é traiçoeira
Não há ninguém para ver o que nos rodeia!

Nunca ninguém viu
Como é belo o pôr-do-sol
Observado no alto de um penhasco
Não há receio
Diante do mar, ver o sol a desaparecer
Para lá do denso oceano
Haverá sempre algo a fazer...

Marta Martins







OS SEUS PASSOS

Os seus passos leves, tão leves
Mas ao mesmo tempo pesados...
Perdem-se de vista, na imensidão dos pensamentos
Perdidos como pequenos grãos de areia,
Perdidos pelo longo deserto...
Perdidos... Mas não esquecidos!

Nos seus passos carregados de cumplicidade
Há compreensão, afeto, brincadeira.
Mas também há medo, raiva, liberdade
Dor por entre sorrisos de uma amizade verdadeira
Fortes são as palavras desses passos...
Desafiantes os olhares que incendeia...

Os seus passos guardam memórias
Lembram o voo das águias
São um raio de luz cheio de histórias
Ora presos na lentidão dos dias,
Ora rápidos na imperfeição das horas
Mas nunca correndo por sombras esguias

Nos seus passos há luz e gargalhadas
Alegria de vidas ancoradas
Num passeio à chuva, num nascer da noite
Num vingar de um dia de luzes sonhadas
Trazem a frescura das marés, o cheiro do campo
Nos seus passos nasce a vida e o encanto!


Joana Santana

terça-feira, 5 de abril de 2016

Texto coletivo




A OUTRA INAUDITA GUERRA DA AVENIDA GAGO COUTINHO


         Foi numa tarde de março que tudo aconteceu. Provavelmente a mais excêntrica e surpreendente guerra que alguma vez aconteceu ou acontecerá neste planeta ou nos outros.
         Todos os vizinhos do prédio nº54 estavam reunidos no hall de entrada para a reunião do condomínio. Usualmente, nestas reuniões são discutidos casos de campainhas que não funcionam, invasões de jovens quase bárbaros a destruir a garagem ou então a porta da frente principal que não abre. Nos últimos 3 meses esses assuntos não eram referidos nas reuniões. Não que estes casos não acontecessem, mas todos os vizinhos estavam focados num único ponto: os dejetos de cães que todos tinham à sua porta.
         Qualquer pessoa que tivesse 2 dedos de testa, perceberia que a culpa era de todos, pois todos tinham cães e todos os donos deixavam os seus animais fazerem os seus dejetos em qualquer sítio do prédio. Uma completa parvoíce.      
         Tudo começou quando duas vizinhas (a Joana e a Beatriz), recolheram os dejetos dos animais todos. Deram a pensar aos habitantes daquele prédio que eram simpáticas mas na verdade foi tudo uma questão de vingança. A Beatriz e a Joana zangaram-se com o vizinho Afonso e deitaram os dejetos dos animais para o seu terraço.             
O vizinho Afonso, azarado e um pouco tonto, ao mandar de volta os dejetos para o apartamento de Beatriz, estes caíram e foram parar ao apartamento dos dois companheiros de casa (e não só), Tiago e César. Estes descendiam de ajudantes da máfia russa, embora fossem asiáticos. Ao virem os dejetos no seu apartamento, pensaram que tinha sido Beatriz e Bruna, as suas maiores concorrentes no negócio de armas e drogas.      
Alguns dias depois de Bruna e Beatriz suspeitarem que Tiago e César desconfiavam que tinham sido elas a mandarem os dejetos, as duas raparigas decidiram por um ponto final à concorrência. Decidiram denunciá-los à polícia, afirmando que sujavam as casas dos habitantes do prédio com dejetos de animais, e que vendiam armas e drogas a polícias revoltados e no desemprego.                                                                 
Foi aí que eu entrei, fazendo parte da guerra mais louca que alguém já entrou ou entrará. Caracterizei-me como fosse um carteiro que por lá passava, e avistei os polícias que iriam invadir o prédio. Também reparei nas suas caras de espanto. Quando os polícias apareceram na praceta, já lá estavam os traficantes (Tiago, César, Bruna e Beatriz), o Gonçalo (um professor da universidade que tinha um laboratório para fabricar substâncias tóxicas) e o Rodrigo (um milionário que estava presto a mudar de casa).
Este grupo estava na praceta, pois queria resolver o conflito criado utilizando armas e o cão que o Gonçalo roubou ao Rodrigo.
Quando a polícia se aproximou para fazer as detenções, desceu uma supermodelo que vivia no prédio. Era inevitável não olhar para ela, o que me deu mais tempo para sacar do borrifador com uma substância que dava sono aos que a ingeriam, e borrifá-la por todas as pessoas que lá estavam.       
Quando as velhas cuscas Mariana e Marta repararam que eu já me tinha livrado dos polícias e residentes, aproximaram-se e ajudaram-me a esconder os corpos dos residentes, deixando ficar o dos polícias e da supermodelo. Tal como combinámos, enterrámos os corpos na mata perto da praceta e dirigimo-nos de novo para lá.    
Mal lá chegámos, afirmámos aos polícias que tinham vindo fazer a detenção dos vizinhos que tinham cães: Joana, Beatriz e Afonso. (Sorte a de Sofia que era a única que tinha gatos e não cães).                     
Depois deste acontecimento muito estranho, reformei-me e fui trabalhar para a oficina do meu pai.

          Texto coletivo na versão de João Balau 

           

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Diário



DIÁRIO DA JÚLIA


5 de outubro de 2015


Querido Diário,

          Já há algum tempo que não escrevia um Diário… Acho até que o último Diário que escrevi foi quando tinha 8 anos… Tenho que o encontrar! Deve estar engraçado… Só de me lembrar (de levezinho) das confusões em que me metia nessa altura, desato a rir, quanto mais quando estiver a lê-lo ao pormenor!
      De momento, tenho 13 anos, 8 meses, 16 dias, 5 horas e 47 minutos… Considerando-me assim uma adolescente! Vivo em Portugal, mais precisamente em Lisboa. Voltei estas férias de Los Angeles, onde vivi cerca de 6 anos e meio. Estou inscrita no Colégio de Lisboa e já fiz alguns amigos, apesar de ainda me estar a adaptar…
          Este ano estou a frequentar o 8º Ano do 3º Ciclo e, até agora, as únicas razões de queixa que tenho são dos constantes trabalhos de casa que os professores mandam (acho que ainda não houve um único dia em que nenhum professor tenha mandado trabalhos para casa!) e o facto de algumas das matérias serem bastante aborrecidas!
Em Los Angeles as aulas eram muito mais divertidas, mas também rendiam muito menos… Ainda assim, consegui sempre tirar boas notas! Valores entre os quatro e cinco (como se diz cá em Portugal).
          Deves estar a perguntar-te como é que eu sei escrever português desta maneira se nem cheguei a aprendê-lo cá em Portugal… Bom, é simples! Enquanto vivi em Los Angeles, os meus pais obrigaram-me a ter aulas de Português para além das outras que tinha no Colégio.
          A próxima vez que escrever (espero que volte a haver próxima vez, porque no que se trata a Diários, costumo sempre deixá-los com uma ou duas páginas escritas… Mas estou confiante! Acredito que desta vez não vou parar de escrever de repente… Até porque, agora, tenho muito mais sobre o que falar e muito mais para desabafar!), conto-te mais sobre a minha vida em Los Angeles, no outro lado do Mundo. Agora vou jantar. Estou cheia de fome e a comida já está na mesa. Daqui a pouco estará a minha mãe a exigir a minha presença na cozinha! Ahahahahah!

          Beijinhos,

          Júlia


         Joana Santana

quarta-feira, 30 de março de 2016

Crónica




A CRÓNICA DA CANETA


Estamos no Natal, por isso estou à minha secretária a escrever postais de Natal para os amigos. Estou a brincar! Já ninguém faz isso. Enviamos umas felicitações pelo facebook ou uma mensagem igual para todos os contactos e já estão cheios de sorte.
Mas estou à secretária. De caneta na mão. A preencher os “De” e “Para” de todos os presentes que vou oferecer na noite de 24. E é por isso que estou tão pensativo...
Olho para a minha caneta e apetece-me falar de um assunto de extrema importância. Peço aos leitores que começaram a ler esta crónica, que a terminem mesmo de ler, pois este assunto é urgente e tem que ser falado, analisado, debatido: falo sobre os orifícios da parte lateral e da tampa das canetas BIC.                            
Julgo que os leitores devem estar a pensar que estes orifícios não têm vantagens nem desvantagens, mas acreditem (ou não), eles têm. Começaremos com as vantagens: O orifício na tampa das canetas BIC é feito para a vossa segurança, estimados leitores… Quem não tem aquele amigo que adora roer (e quase comer) as tampas das canetas BIC? O orifício da tampa serve para quando, “acidentalmente”, o seu amigo engole a tampa das canetas. O orifício fará com que o ar continue a passar dos pulmões para a boca, caso a tampa fique presa na faringe. Inteligente, não é?
Bem, já conhecemos a vantagem do orifício da tampa, mas vocês leitores, devem já estar a interrogar-se sobre a vantagem do orifício na parte lateral. Passo a explicar: Todos nós temos aquele amigo que adora viajar… Esse orifício serve para igualar a pressão atmosférica entre o exterior e o interior da caneta no avião. Caso esse orifício não existisse, a caneta explodiria e o seu amigo ficaria todo sujo de tinta de caneta e com um bloco de notas por escrever. Igualmente inteligente, não é?                         
No entanto, esses orifícios têm uma grande desvantagem. Uma desvantagem maior do que qualquer outra que possa imaginar: é que esses orifícios são pouco conhecidos e, sem conhecer a sua real importância, podemos achá-los simplesmente... ridículos!
Toda a gente tem aquele amigo que chegou a uma fase da sua vida que se questionou sobre a existência destes orifícios, e como não encontrou qualquer explicação, colocou um ponto-final-parágrafo à sua existência. Triste, não é?                                                       
Acredito que os orifícios das canetas BIC possuam mais vantagens do que desvantagens e se, tal como eu, quiser neutralizar os danos da desvantagem dos orifícios das canetas BIC, passe o testemunho, como eu fiz.
Agora fico por aqui... Ainda tenho muitos cartões para preencher e não quero passar a consoada de caneta na mão...


João Balau