NA PRAIA
Estava
deitada, com as lágrimas a escorrer pelo meu rosto. Tentei sentar-me, mas
estava de certo modo presa. Tinha as minhas mãos a tremer, tentei outra vez
mexer-me, mas não estava a conseguir. Era como se estivesse numa caixa pequena
e escura. Finalmente levantei-me.
Olhei para as
minhas mãos, eram brancas, fantasmagóricas. Depois, olhei para onde estava deitada,
era um túmulo cinzento.
O chão estava coberto de sangue...
Estaria morta?
Não me
lembrava de nada. Mas o que era mais estranho é que eu estava numa praia e via,
para lá da água, no fundo do horizonte, o mundo que parecia afastar-se.
Toquei na água,
mas não senti a sua frescura na minha pele pálida e branca. Depois, tentei
entrar na água, mas era impossível, pois ficava à superfície. Dei alguns passos
para frente.
Fiquei muito
longe, afastada da costa, queria parar, mas as minhas pernas continuavam. Não podia
voltar para a ilha, não sabia onde estava. Estava perdida no azul do mar...
Sara Martins
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